quinta-feira, março 04, 2004

são tantas as palavras que o único resultado é o silêncio. sento para escrever e as palavras em catadupa me atropelam os dedos sobre o teclado. escrevo, escrevo, escrevo e olho para a tela. nada entendo. como se as palavras fossem fios, os nós nos fios, onde deixamos de entender que fibras pertencem a que fio. com paciência e unhas, os nós se vão desfazendo. mas depois de tudo desligado, de tudo deslindado, são palavras perdidas. a confusão é grande e eu não sei se sei onde estou. que realidade é esta? que tempo é este? sei que para lá das aparências, tudo é vazio. nada é certo. entre o antes e o depois, está o agora, que se desfaz mais rápido que o fumo de meus cigarros. onde estou, afinal? o depois nunca sabemos se chegará, o antes... tivémos a ilusão de o ter vivido (ou será que foi ele que nos viveu?). continuo sem perceber onde estou.