domingo, fevereiro 15, 2004

Novos caminhos



Aqui ao lado, linha a linha, se desenham novos caminhos nesta complicada rede blogosférica...

Comentários



Ao que parece, o anterior espaço de comentários ou deixou de existir, ou manifesta sérias dificuldades em funcionar. Desse modo, criei um novo espaço. Para a "nanoaudiência" que por aqui vai passando, pode deixar marcas dessa passagem nesse novo local...

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Mia Couto, Mia Solto



"Com voz de mar, suas palavras eram vagas que nunca encontravam praia."

"Andar no sentido da água é o modo melhor para nos lavarmos das lembranças."

"O homem sabe os segredos do mundo: o rio, verdadeiro, não mexe. Flui, deixado e desleixado. Quem faz mover suas águas são os rabos dos peixes, inumeráveis leques que nunca pausam. Como nós. Deixemo-nos quietos como pedras e o tempo não anda."

"Há tantos anos que redige tais bordados que ela já nem sabe o que está criado. O gato é testemunha daquele inartefacto, enroscado em falso ponto de interrogação. Afinal, o tempo é quem nos vai alinhavando. Demasiado tarde. A vida coloca o dedal no dedo onde o amor já fez a ferida."

"A aparição da mulher fez estancar meu coração, suspenso na rédea do espanto. Escutei íntimos desacordes, sangue para um lado, veias para outro."

"O que é certo: ninguém tem ombro para suportar sózinho o peso de existir. Afinal, a vida se confirma à força de rasgão: ela dilacera logo no acto de nascer, separando mais que a própria morte."

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Mia Couto, Mia Conto



Depois de Nelson Rodrigues, continua o amor e a morte, mas nas palavras "abensonhadas" de Mia Couto...

Aqui, um pedacinho do "Fazedor de luzes":

"Estou deitada, baixo do céu estreloso, lembrando meu pai. Nesse há muito tempo, nós nos dedicávamos, à noite, a apanhar frescos. O céu era uma ardósia riscada por súbitos morcegos, desses caçadores de perfumes. (...) Cuidava-me sozinha, órfã eu, viúvo ele. Ou seria ele o órfão, sofrendo do mesmo meu parentesco, o falecimento de minha mãe? Perguntas dessas são incorrigíveis: quem sabe é quem nunca responde. Na realidade, meu nascimento foi um luto para meu pai: minha mãe trocou de existir em meu parto. Me embrulharam em capulana com os sangues todos misturados, o meu novinho em gota e o dela já em cascata para o abismo. Esse sangue transmexido foi a causa, dizem, de meu pai nunca mais compridar olho em outra mulher. Em minha toda vida, eu conheci só aquela exclusiva mão dele, docemente áspera como a pedra. Aquele côncavo de sua mão era minha gruta, meu reconchego. E mais um agasalho: as estranhas falas com que ele me nevoava o adormecer. (...)"

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

D. Sebastião


As condições estão criadas mas ele tarda em aparecer...

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Meu!


Gosto de filmes a preto e branco.
Gosto de filmes mudos.
Gosto de Fritz Lang.
Gosto de METROPOLIS.
E agora, é MEU!
Hoje, estava à minha espera, na caixa do correio...
Edição especial, com dois discos, editado pela Eureka!

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Jangada de Pedra?



Com estas temperaturas em Fevereiro, na certa já se soltou e cruzou o equador...

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

A Dark Moment



Por vezes, a existência, qualquer existência, parece não fazer o mínimo sentido...

"Pouco Amor não é Amor"



Nelson Rodrigues é dose...