sábado, junho 14, 2008

"TOMÁMOS A VILA DEPOIS DE UM INTENSO BOMBARDEAMENTO

A criança loura
Jaz no meio da rua.
Tem as tripas de fora
E por uma corda sua
Um comboio que ignora.

A cara está um feixe
De sangue e de nada.
Luz um pequeno peixe -
Dos que boiam nas banheiras -
À beira da estrada.

Cai sobre a estrada o escuro,
Longe, ainda uma luz doura
A criação do futuro...

E o da criança loura?"

Quem terá escrito este poema? Um soldado? Um jornalista de guerra? Um poeta, apenas?
Quando? Onde? Iraque? Afeganistão? Bósnia?

O Poeta o escreveu. Sem heterónimos. Sem máscaras. Sem sombras.
Fernando "A Máscara" Pessoa. Pessoa que é "persona". Persona que é "máscara".
Por nascer em 13 de Junho, também Antonio. Fernando António Nogueira Pessoa. Que ontem celebrou os seus 120 anos.

Possam as suas palavras permanecer, enquanto existir quem as recorde.

segunda-feira, junho 09, 2008

Lentamente, os jacarandás (não é um nome bonito?) vão cobrindo os passeios com as suas flores. E o calor parece que chegou. Mas quando o sol se vai, convém ter algo mais para não sentir o frio.
Próximo dia 13 é dia de Santo Antônio. De Lisboa, claro. E também é o aniversário de Fernando Pessoa. Celebram-se os 120 anos do seu nascimento ali, no Largo de São Carlos. E desta vez ainda teremos a Feira do Livro para, em memória do dia, ir passear entre as palavras...