Finalmente, cheguei à leitura da "Lenda de Martim Regos".
Depois de ter passsado pelo "Oracle Night" e pela "Sombra do Vento", recuo cinco séculos.
Hei-de fazer um post maior sobre os dois primeiros livros. Prometo. Só não sei quando. Mas, sequencialmente, o ritmo imposto pelos diferentes livros tem vindo a decrescer. Auster é rápido, Záfon é mais lento, e com Pedro Canais temos um tempo de quando ainda havia todo o tempo do mundo.
E neste tempo mais lento, se enquadra bem um cachimbo. Porque nele, tudo é lento. Temos que encher uma fornalha, pouco a pouco, com o tabaco que vamos retirando do pequeno saco. De seguida, há que o acender. E, seguidamente, há que o manter aceso. Temos uma profusão de gestos para garantir um bom fumo. O cigarro é o oposto. Em três gestos (tirar o cigarro do maço, colocá-lo entre os lábios e acendê-lo), já se está consumindo...
Durante uma cachimbada, podemos escrever durante mais tempo, sem termos a preocupação de proteger o teclado da cinza que pode cair. E podemos manter os gestos (segurar o cachimbo entre os dentes, segurá-lo entre as mãos) mesmo depois de reduzido o tabaco a cinza. O cachimbo permite o pensamento lento. O cigarro obriga ao pensamento rápido. É a contemplação por oposição à acção...
domingo, janeiro 30, 2005
sexta-feira, janeiro 28, 2005
Tanto tempo sem notícias!
Não era intenção minha estar tanto tempo com o blog inactivo, mas ou falta disponibilidade, ou falta vontade, ou chega o vazio das ideias... O pior é que este é um vazio que desaparece assim que desligo o computador e me levanto. Aí, começam a surgir as ideias e as palavras. Mas nessa altura estou já tão cansado (normalmente é sempre por volta das duas ou três da madrugada) que não volto a ligar a máquina.
Hoje, escrevo ainda de dia. Num intervalo de tarefas, decidi quebrar o silêncio. Da rua, por esta janela enorme de meu gabinete (até quando ficarei aqui?), me chega a luz de um quase sol poente e o seu reflexo no Tejo. E neste frio Janeiro, sinto um calorzinho bom.
Claro, coloquei uma banda sonora condizente: “Bossa Nova Story”, com produção de Roberto Menescal e muitas e valiosas colaborações, em (re)criações de “clássicos”.
Esta coisa de chamar clássicos é tão formal... normalmente, um clássico é algo que já cheira a mofo.
Mas estas interpretações são bossanovidades. Menescal não permite muita fuga da interpretação canónica (xi, como eu estou escrevendo agora... deve ser de estar tão enferrujado) a que me habituei, mas permite a interpretação pessoal de cada um.
Por aqui podemos ouvir Claudia Telles com o “Samba de uma nota só” e “Dindi” (temas já interpretados por sua mãe, Sylvia Telles); Marcos Valle com o seu “Samba de Verão” e “Gente” e uma interpretação de “O que eu gosto de você”, de Sílvio César; o próprio Menescal com “Saudade fez um samba”, de Carlos Lyra e Ronaldo Boscoli, Lyra que surge também interpretando “Coisa mais linda”, que ele compôs em parceria com Vinicius, “Lobo Bobo” que compôs em parceria com Ronaldo Boscoli e “Influência do Jazz”, dele só. E outros!
O sol vai dormir, e eu vou sair. O texto vai acabar aqui. Mas antes...
“Se a luz do sol vem me trazer calor/ e a luz da lua vem trazer amor/ tudo de graça a natureza dá/ p’ra que é que eu quero trabalhar?”, canta Chico Feitosa em “Rapaz de Bem”.
Não era intenção minha estar tanto tempo com o blog inactivo, mas ou falta disponibilidade, ou falta vontade, ou chega o vazio das ideias... O pior é que este é um vazio que desaparece assim que desligo o computador e me levanto. Aí, começam a surgir as ideias e as palavras. Mas nessa altura estou já tão cansado (normalmente é sempre por volta das duas ou três da madrugada) que não volto a ligar a máquina.
Hoje, escrevo ainda de dia. Num intervalo de tarefas, decidi quebrar o silêncio. Da rua, por esta janela enorme de meu gabinete (até quando ficarei aqui?), me chega a luz de um quase sol poente e o seu reflexo no Tejo. E neste frio Janeiro, sinto um calorzinho bom.
Claro, coloquei uma banda sonora condizente: “Bossa Nova Story”, com produção de Roberto Menescal e muitas e valiosas colaborações, em (re)criações de “clássicos”.
Esta coisa de chamar clássicos é tão formal... normalmente, um clássico é algo que já cheira a mofo.
Mas estas interpretações são bossanovidades. Menescal não permite muita fuga da interpretação canónica (xi, como eu estou escrevendo agora... deve ser de estar tão enferrujado) a que me habituei, mas permite a interpretação pessoal de cada um.
Por aqui podemos ouvir Claudia Telles com o “Samba de uma nota só” e “Dindi” (temas já interpretados por sua mãe, Sylvia Telles); Marcos Valle com o seu “Samba de Verão” e “Gente” e uma interpretação de “O que eu gosto de você”, de Sílvio César; o próprio Menescal com “Saudade fez um samba”, de Carlos Lyra e Ronaldo Boscoli, Lyra que surge também interpretando “Coisa mais linda”, que ele compôs em parceria com Vinicius, “Lobo Bobo” que compôs em parceria com Ronaldo Boscoli e “Influência do Jazz”, dele só. E outros!
O sol vai dormir, e eu vou sair. O texto vai acabar aqui. Mas antes...
“Se a luz do sol vem me trazer calor/ e a luz da lua vem trazer amor/ tudo de graça a natureza dá/ p’ra que é que eu quero trabalhar?”, canta Chico Feitosa em “Rapaz de Bem”.
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