Aleixo I
Ao passar os olhos, ao acaso, pelos livros que ainda tenho em casa de minha mãe, encontrei um do "poeta Aleixo" (Este Livro Que Vos Deixo...). Semi-analfabeto, tendo já morrido em 1949, teve sua poesia editada em 69 e 70 por seu filho, com edições esgotadas. Esta minha edição é a 4ª, de 1977. Mais ou menos ao acaso, aqui deixo algumas quadras (prometo apontar mais algumas por aqui...).
«Há tão pouca coisa boa,
tanta má por boa escrita,
que quando o bem se apregoa
quase ninguém acredita.»
«Da guerra os grandes culpados,
que espalham a dor na terra,
são os menos acusados
como culpados da guerra.»
«Que o mundo está mal, dizemos,
e vai de mal a pior;
e, afinal, nada fazemos
p'ra que ele seja melhor.»
«Nunca julgues que quem canta
é feliz, porque é ilusão:
nem sempre diz a garganta
o que sente o coração.»
«Sem reparar que me feres,
dizes-me, de vez em quando,
coisinhas que tu não quers
que eu te diga nem brincando.»