Não é propriamente a Itapoã do Poeta, mas está um fim de tarde magnífico aqui à beira-Tejo (e este não é à beira-mágoa...).
A outra margem do rio é uma mancha difusa, recortada contra um céu que se vai tornando alaranjado. O sol entra direto no meu gabinete e cola a minha sombra contra a parede. Aqui no player vai rodando Yann Tiersen, com a sua "Comptine d'une autre été". Um cacilheiro atracado aguarda passageiros, baloiçando docemente nesta tarde sem vento.
O sol agora se vai escondendo atrás dos ramos nus de algumas árvores, que ainda teimam em manter algumas folhas, certamente na dúvida se é o Inverno ou já é a Primavera.
A janela, aberta de para em par, não traz o frio. Mas traz o ruído do tráfego que parece rodar em desespero.
Agora, também o rio vai tomando a cor ao céu e varia entre o dourado e o cinza-azulado. Mas sempre brilhante.
Um cacilheiro largou e outro já tomou seu lugar. Lentamente, vai riscando o rio. Pouco a pouco, esse traço se perde nas pequenas ondas que parecem embalar algumas aves que descansam sobre as águas.
O sol ainda não se escondeu, mas é uma larga mancha de cor laranja que se vai espalhando nas nuvens altas.
Elis canta "Mucuripe". Mas por aqui, não há velas, apenas cacilheiros.
Lá fora, começam a se acender os candeeiros.
O fim de tarde se vai tornando início de noite...
Agora, rodam os Archive com "Last five"...
terça-feira, janeiro 06, 2004
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