sexta-feira, junho 18, 2004

Antes da festa...


Quando joga a seleção, este país pára...
Ontem, antes de vir para casa, ainda passei na FNAC para comprar o DVD do "Finding Nemo". Gosto do filme (acho até que não há nenhum filme da Pixar de que não goste...) e, por vezes, até me identifico com o Marlin, o pai do Nemo. Mas como eu dizia, passei na FNAC. Devia faltar cerca de uma hora para o início do jogo Portugal-Rússia. As ruas estavam quase desertas. Desertas de peões, porque o trânsito estava intenso (mas pouco caótico para aquela hora). Lisboa parecia uma pacata cidade de província (bem, não andaremos muito longe da verdade...) ao entardecer. Lembrei-me do Cesário enquanto subia a Rua Nova do Almada: "Nas nossas ruas, ao anoitecer/ Há tal soturnidade, há tal melancolia,/ Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia/ Despertam-me um desejo absurdo de sofrer." Bem, não me apetecia sofrer, mas mesmo assim lembrei-me do Cesário. Na FNAC, havia quase um equilíbrio perfeito entre funcionários e clientes: um para um. Comprei o DVD e saí. Ainda bebi um café (apenas três clientes ocupavam duas mesas) antes de ir para o metrô. Receei não conseguir entrar, pois tinha que vir na linha que serve o Estádio da Luz (onde se desenrolou o jogo), mas me enganei. Perfeitamente frequentável... E gostei do que vi. Famílias inteiras, vestidas a rigor com as cores nacionais (até com cachecol!!!) e com bandeiras. Franceses. Estes, talvez fossem filhos de emigrantes. Eram quatro e, em conjunto, com suas camisas formavam a palavra Portugal (cada um tinha duas letras). E brasileiros. Com a camisa da seleção portuguesa e também com bandeiras. E achei bonito. Gosto de ver estas tribos do futebol. A tribo nacional é um pouco atípica mas é isso que, neste momento, lhe dá mais brilho...
Até quando irá durar a festa?

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