Me apresentando
Permitam que me apresente, se bem que não tenha eu feito outra coisa que não seja me ir apresentando aos pouquinhos, mas aqui vai algo em jeito mais formal...
Meu nome é Alex (um ótimo nome: começa por A, o que nas listagens alfabéticas me protege daquelas buscas infrutíferas no meio da lista, para cima, para baixo, até o encontrar, e se escreve do mesmo modo em variadas línguas, apenas com variação no sotaque).
Nasci em Lisboa faz já algum tempo e por aqui tenho vivido, excetuando o período que vivi em Ponta Delgada, na ilha de S.Miguel, Açores, bem no meio do Atlântico (havendo ilhas masculinas e femininas - e isto é uma teoria minha, mas não sei se original - a de S.Miguel é, nitidamente, uma ilha feminina).
Sou um aquariano já do terceiro decanato, o que me dá algumas influências piscícolas (eheheheh), quero dizer, piscianas, e com ascendente em sagitário. Para quem se liga nessas coisas, fica a informação.
Quando caíu a ditadura (parece que temos uma tendência para essas coisas,né?), em Abril de '74 (a chamada Revolução dos Cravos), ainda era criança. Nessa altura, parece que a Utopia iria virar realidade... Até Chico Buarque cantou isso em "Tanto mar" (canção que teve duas versões, tendo sido a de 75, a primeira, censurada... só teve edição em Portugal). Mas parece que os cravos murcharam de vez...
Gostando de viajar, ainda não conheço tudo quanto gostaria de conhecer. O que é bom. Assim, ainda sobra algo como sonho de destino (não como destino de sonho, que é algo diferente...). O local mais a norte onde estive foi em Tromso, na Noruega, acima do Círculo Polar Ártico, onde vivi a estranha experiência de ter dias sem noite. Para ocidente, só atravessei o Atlântico uma vez (bem, duas, contando com o regresso, claro) para ir até ao Canadá. A sul, já estive sobre o Equador, mas não cheguei a ver o Rei dos Mares (isto é, não desci mais para sul). A oriente, já estive em Macau e Hong Kong. Dentro desses limites, tenho circulado basicamente pela Europa e por África. Nessas andanças, uns locais me marcaram mais que outros. Veneza me deixou uma marca profunda. Dublin também, mas por motivos distintos.
Como deu já para perceber, para quem tem lido meus blogs, claro, gosto de música e poesia. Tenho agora uma dificuldade na construção da frase que se segue: devo dizer "os meus poetas preferidos é Fernando Pessoa" ou "o meu poeta preferido são Fernando Pessoa"(eheheh)? Isto porque a minha preferência poética vai para Fernando Pessoa e todas as suas máscaras (engraçado:
persona, que deu
pessoa em português quer dizer máscara) heteronímicas, semi-heteronímicas e afins.
O cinema também desperta a minha curiosidade. O cinema mudo me fascina e gosto do jogo da luz e das sombras do cinema expressionista alemão (por aqui me fico ou ainda me acusam de estar metido a intelectual...)
Último pormenor. Com qualquer objecto escrevente na mão, e sobre qualquer superfície "escrevível", tenho tendência para garatujar letras e caras. Especialmente enquanto telefonando.
Para concluir, dois curtos poemas de Mário de Sá-Carneiro, outra das minhas preferências. Amigo de Fernando Pessoa, tendo colaborado com ele na revista Orpheu, se suicidou em Paris (em 1916, com 26 anos).
“7
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.”
“VISLUMBRE
A horas flébeis, outonais-
Por magoados fins de dia-
A minha Alma é água fria
Em ânforas de Ouro... entre cristais...”