Vadiando
Vadiando sim, mas apenas pelos blogs. Vadiagem saudável, quando se encontram bons blogs. O que nem sempre acontece. Mas para evitar armadilhas, já descobri parte da solução: os crussificados . Não serão exaustivos, mas nos evitam perdas de tempo.
Nessa minha vadiagem, a escolha tem recaído, essencialmente, sobre blogs escritos em português. Um dia, o português tomará conta da net! (ehehehe) Falando sério, acho que esta nossa língua nos permite devaneios poéticos em torno de temas banais que outras línguas apenas conseguem adivinhar (comparando com o finlandês ou neerlandês, por exemplo...).
Pegando na poesia, Fernando Pessoa é uma presença bem presente (passe a redundância...). E se ele ainda vivesse hoje, (fisicamente claro, porque ele continua bem vivo) por certo teria dezenas de blogs: para si, para seus heterónimos, para seus semi-heterónimos, para suas divagações esotéricas, para seus mapas astrais, para seus amigos... seria a rede dentro da rede.
Não sei bem porquê, mas tenho tido uma preferência especial pelas "vozes" femininas que por aqui vão bloggando. Será uma questão de sensibilidade? Será curiosidade masculina? Serão os temas? Não sei. Mas estou gostando...
E como não existe nenhum "Manual do Bloggista", vou aproveitando as dicas que vejo por aí. Me deparei agora com "21+1 pontos para um weblog melhor" na cafeína. Tudo lido e ponderado, creio que se podem reduzir a duas palavras: bom senso. Mas fica a referência com todos os pontos.
O título ali em cima não é tão inocente assim: tenta ser uma homenagem a um dos bloggs que regularmente visito. Ver New York através dos olhos femininos de uma cearense que aprendeu "que ficar atenta é muito melhor do que forte" se tem mostrado uma experiência recompensadora. Assim, há quem vá vadiando por Manhattan enquanto eu vou vadiando pelos blogs...
Mas antes de acabar, que tenho eu aprendido? Para além de ir "conhecendo" outras pessoas, outras visões do mundo, me vou deparando com modos diferentes de encarar esta aventura. Para alguns, é um diário, onde se vão registando emoções, alegrias e desgostos, sonhos, desejos, concretizações. Para outros, é uma gaveta para onde atiram o produto da sua escrita. Gaveta deixada aberta e não mais aquela gaveta fechada a sete chaves e que ninguém jamais poderia abrir. Outros ainda entendem este território como prolongamento da sua actividade (os profissionais): jornalistas, políticos, escritores, já com nome firmado na praça, e que prolongam aqui a sua forma de pensar para melhor sentirem as reacções de quem os lê. É também um seu espaço de libertação, pois não têm que se sujeitar a outros critérios editoriais que não os seus. Temos ainda aqueles para quem o blog é espaço da bobagem e da bobeira. Na vez de escreverem bilhetinhos para passar ao amiguinho(a), blogam. Temos ainda aqueles que, talvez por timidez, lentamente se vão mostrando porque o seu grande desejo é comunicar, qualquer que seja o jeito. Substituem a garrafa do náufrago pelo seu blog.
E eu? Tirando os profissionais, acho que sou um pouco de todos eles...
Blog to live and live to blog?
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